“Temos uma visão de que está longe, que só ocorre em outros estados, mas está aqui pertinho, com casos na cidade”. A fala da assistente em administração Ângela Silva, da Pró-Reitoria de Administração, resume os motivos da necessidade de conscientização e prevenção constante contra o mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. Ângela se disse impressionada pelos mapas que mostram os focos de infestação do mosquito no Rio Grande do Sul apresentados pelo pró-reitor adjunto de Extensão e Cultura, professor Rafael Maurer, durante palestra de orientação e conscientização aos servidores da reitoria promovia pela Proext nessa quarta-feira, 24.

A palestra faz parte da série de ações da Universidade Federal do Pampa em combate ao mosquito tanto nas suas dependências quanto nas casas de cada um dos servidores e acadêmicos da Instituição.  Conforme destaca o servidor da Proext, Rafael Hetsper, que faz parte do comitê local de combate ao Aedes, a comunidade da Unipampa tem potencial para causar um impacto equivalente à população de muitos municípios. “Somos 13 mil pessoas, entre servidores e estudantes. Se fizermos um cálculo por baixo de que em cada casa residam duas pessoas, são 26 mil pessoas atuando no combate ao mosquito. Se considerarmos as cidades da Unipampa, esse número é próximo à população total de Jaguarão, por exemplo”, ilustra Rafael Hetsper.

Já foram realizadas atividades de orientações aos servidores terceirizados, que atuam na linha de frente da limpeza e manutenção do combate a mosquito nas dez unidades acadêmicas e na Reitoria, e a revisão contra o Aedes aegypti já se tornou parte da rotina da Universidade (veja galeria de fotos ao final da matéria). Na manhã de quarta-feira, foram realizadas duas palestras aos servidores dos três os prédios da Reitoria, e a Unipampa também tem se integrado às ações dos dias nacionais de combate ao mosquito. Na próxima semana, com o início do ano letivo, volta das férias de alunos e muitos servidores e ingresso de novos estudantes, novas ações estão programadas.

As atividades da terceira etapa focarão tanto a necessidade de se evitar os pontos de água limpa parada – onde ocorre a proliferação do mosquito –, quanto o cuidado que cada um que esteve nas áreas onde as doenças são endêmicas nas últimas semanas deve ter, monitorando sua condição de saúde e notificando o serviço público em caso de suspeita de uma das doenças transmitidas pelo vetor. Esse cuidado é necessário para que possíveis casos importados das doenças não venham a contaminar mosquitos Aedes aegypti que existem nas cidades, podendo iniciar o ciclo de transmissão da doença localmente.

O professor e doutor em Zoologia - Parasitologia Rafael Maurer é categórico: “Combater o mosquito é evitar o alastramento das doenças”. Ao longo de toda a palestra, os servidores puderam conhecer e compreender sob a perspectiva da biologia sobre como o Aedes aegypti vive e se prolifera. “Essas três doenças não possuem vacina ainda, portanto quem é infectado, desenvolve a doença. Então, como combater? Prevenindo”, explicou o pró-reitor adjunto. A prevenção se dá pela interrupção do ciclo de transmissão da doença entre humanos e o vetor, e o foco atual é pela eliminação do vetor, que se reproduz em água limpa e têm o alcance de cerca de 50 metros.

Maurer ilustrou o raio de alcance como a capacidade de atingir três casas a partir do ponto de água limpa parada onde as larvas tiveram condições de se desenvolver, ou seja, a nossa casa e as de mais dois vizinhos. Como o ciclo do mosquito de ovo a adulto ocorre entre oito e 18 dias, a principal orientação é a limpeza semanal de todos os pontos onde possa existir água limpa parada, de preferência em dia fixo, esvaziando baldes, limpando e colocando areia em pratos de plantas, revisão das condições de tamponamento das caixas de água e limpeza e revisão de vasos sanitários que sejam pouco utilizados. O pesquisador também destacou a facilidade e a importância da adição de pequenas quantidades de água sanitária em recipientes e plantas que acumulam água, impedindo assim o desenvolvimento dos mosquitos.

Confira mais orientações abaixo. Outras informações estão disponíveis pelo Disque Saúde, número 136, e no site do Ministério da Saúde http://combateaedes.saude.gov.br