Início > Campus cacapava do sul projeto de pesquisa pensa novas estrategias para ensino experimental em
Data de Publicação 20/06/2017 - 15:06 Atualizado em 20/06/2017 - 16:17 2240 visualizações

Campus Caçapava do Sul: Projeto de pesquisa pensa novas estratégias para ensino experimental em Ciências

Por Bárbara Carvalho Medeiros Ramos

Ensino, pesquisa e extensão são os pilares de sustentação do funcionamento das universidades brasileiras. Na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), a divisão multicampi gera uma infinidade de projetos: apenas no Campus Caçapava do Sul, são 12 projetos de ensino em atividade, junto a 15 de extensão e 37 de pesquisa.

Neste campus, o professor André Luís Silva da Silva, junto aos docentes Marcelo Ferreira e Paulo Henrique dos Santos Sartori, ministra o projeto de pesquisa “Desenvolvimento teórico-metodológico e aplicação de estratégias pedagógicas para o ensino experimental em Ciências: Atividade Experimental Problematizada (AEP)”. O objetivo da pesquisa é discutir propostas experimentais no ensino de ciências e, a partir dessas discussões, desenvolver uma proposta metodológica e aplicá-la junto às derivações do projeto, ligado ao curso de Licenciatura em Ciências Exatas da Unipampa.

A demanda de criação deste projeto de pesquisa é justamente as críticas referentes ao modelo atual de ensino de ciências. De acordo com Silva, os livros que competem à área não contemplam ambientes não-formais de ensino e, muitas vezes, não exploram suficientemente a atividade experimental em laboratório. Particularmente voltado ao ensino da química, o projeto trata de um estudo e do desenvolvimento de uma proposta para o ensino experimental em ciências, em que alguns pressupostos teóricos são utilizados, mas estes partem de uma metodologia a ser abordada no processo de ensino dos alunos, que atuarão como protagonistas durante a construção desse método.

Homem manuseia equipamento do laboratório de física. Ao fundo, seis pessoas estão observando a atividade.

As discussões partem não só do corpo docente formador do projeto, mas, também, de um grupo de sete discentes, dos cursos de Licenciatura em Ciências Exatas e Geologia, que participam efetivamente das atividades. Todos propõem sistematizações dessa abordagem a fim de que se possa desenvolver a aprendizagem significativa dos estudantes de ciências e trazer estes alunos para a posição de protagonista de seu próprio processo de aprendizagem.

Publicações de artigos, projetos de trabalho de conclusão de curso, bem como atividades de intervenções e estágio são os locais em que a Atividade Experimental Problematizada se efetiva. O professor Silva, em entrevista, enfatiza de que forma a aplicação do projeto vem acontecendo e como a comunidade tem se inserido nele.

“Inicialmente, a derivação que nós temos à abrangência da comunidade externa com relação a esse projeto está sendo, num primeiro momento, levado pelos próprios discentes quando integrantes desse grupo de pesquisa, uma vez que esses discentes já elaboraram intervenções utilizando os aspectos teóricos desse projeto, e essas intervenções, algumas delas já foram publicadas, publicizadas. Nós temos como segunda fase do projeto a previsão de levar essa proposta às escolas, de oferecer curso de formação de professores, oferecer formações continuadas, mas isso vai ser feito numa segunda fase do projeto. Nesse primeiro projeto, nós temos a caracterização e o desenvolvimento pleno dessa proposta, mas a gente pode considerar que a comunidade externa já está sendo contemplada nessas perspectivas, de aplicações dessas propostas discutidas aqui, no âmbito desse projeto pelas intervenções realizadas pelos acadêmicos.”

Para a universidade e para a região do pampa, a importância da atividade experimental problematizada é caracterizar as perspectivas de um projeto de pesquisa, pois muitas vezes os universitários têm a concepção de que o projeto de pesquisa deve necessariamente ter uma investigação experimental, uma análise gráfica, ou uma análise computacional. Porém, o projeto pode surgir baseado emuma concepção teórica em que, num primeiro momento, seria necessário caracterizá-la, e posteriormente seria feita a aplicação nos devidos ambientes, sejam eles universitários ou da educação básica, explica Silva.

Grupo de pessoas jovens reúne-se, todos de jaleco branco e posicionados em pé, em torno de bancadas com equipamentos do laboratório de química.

Em março de 2018 as ações feitas pelo grupo se tornarão publicação literária. As duas fases do projeto se concretizarão em livro, e estarão disponíveis para os interessados em novas metodologias de ensino experimental em ciências.